Pandemia: como a educação no ensino superior e a dinâmica de projetos foi afetada neste período?
Nos últimos dois anos pudemos ver o impacto tremendo causado pela pandemia ao redor do mundo. Alguns países com mais dificuldades e outros com menos, mas todos conseguiram sentir as complicações oriundas do avanço da pandemia.
Sobretudo no setor da educação. Muito se discutiu, ao longo destes dois anos, e ainda se discute devido a possível normalização das atividades educacionais.
As aulas precisaram ser adaptadas a um modelo remoto e o impacto na educação no país foi tremendo, com índices de evasão escolar nunca antes vistos, especialmente nos estados mais pobres e vulneráveis do país.
Para a educação infantil, por exemplo, este cenário foi trágico, visto que o elemento humano presente no professor é indispensável para a formação cidadã tão necessária neste nível. Já no ensino superior, provas e apresentações foram realizadas de forma remota.
Neste meio tempo, termos como PDF e Google Classroom, por exemplo, se tornaram corriqueiros, de modo que todo professor utiliza-os diariamente, seja no compartilhamento de atividades escolares ou na recomendação de textos para a leitura.
Fora os alunos do ensino superior, toda a estrutura universitária e seu corpo de funcionários foi afetado por diversas razões. Dentre elas, a presença de um corpo docente não acostumado com o ensino remoto, na maior parte dos casos.
Contudo, um ponto que não foi tão tratado em respeito à pandemia e ao ensino superior é em como a produção científica do país foi afetada durante este meio tempo. Como ficaram os cronogramas de TCC em relação às apresentações?
A consulta de artigos científicos e outros tipos de monografia nas bibliotecas universitárias ficou como? Os alunos ainda poderiam pegar livros para realizar consultas para seus trabalhos universitários? Como fazer um pré-projeto de pesquisa neste caso?
Olhando desta maneira, é extremamente importante que esta questão seja discutida, visando compreender como a ciência no Brasil foi afetada pela pandemia e quais são as possíveis consequências deste impacto.
A interrupção de projetos acadêmicos e pesquisas científicas
O principal ponto a ser discutido neste aspecto é: por que exatamente a ciência e a produção científica do nosso país sofreram tanto com a chegada da pandemia e as restrições sanitárias recomendadas pelas autoridades de saúde?
Para compreender um pouco mais desse quadro é necessário que se pense no passo-a-passo até chegar no presente momento, onde um prognóstico para um futuro mais estável já é considerado.
O papel principal de um cientista ou de um pesquisador é o de investigar, responder questões e solucionar problemas vividos pela sociedade.
Logo, com a chegada da pandemia, diversos pesquisadores de todo o país precisaram voltar seus esforços para conter seu avanço, deixando seus trabalhos em standby
Muitos alunos, principalmente das áreas da saúde e das ciências biológicas, que inclusive já tinham seu pré-projeto de TCC pronto no Word, precisaram dar uma pausa em seus trabalhos para somar nas linhas de frente contra a COVID-19.
Ainda, outros alunos precisaram adaptar seus trabalhos e linhas de pesquisa para atuar na linha de frente também, de modo que seus modelos de pré-projeto de pesquisa prontos também precisaram ser adaptado
Há um lado bastante positivo em todo este fenômeno e também um lado bastante negativo:
- Muitos esforços para combater a COVID-19
- Interrupção da produção científica em outras áreas
No entanto, hoje podemos ver o efeito de toda esta força-tarefa atuando para combater o Sars-CoV 2: a queda na aceleração da pandemia e a iminente normalização das nossas vidas.
O corte de verba e a relevância de certas áreas de pesquisa em detrimento de outras
O cenário educacional público do país nunca viveu grandes momentos. Na verdade, há praticamente 50 anos que há um grande desmonte e uma grande falta de investimentos neste setor.
Todo este quadro se intensificou logo no início da década de 2010, onde pudemos ver um estopim de greves em universidades e faculdades de todo o Brasil no ano de 2013.
Contudo, 7 anos depois desta paralisação generalizada, a pandemia veio para acentuar um quadro já considerado grave. Com o corte de verbas intensificado pela pandemia, diversos projetos precisaram ser interrompidos, assim como bolsas de programas de mestrado, doutorado e até pós-doutorado.
Isso faz com que os objetivos do desenvolvimento do projeto tenham que ser diretamente relacionados com a pandemia para receber algum tipo de fomento. Consequentemente, pesquisadores de outras áreas sofreram um duro golpe na questão de bolsas e auxílio.
Um prognóstico positivo para o futuro
Apesar de um quadro extremamente negativo, os esforços direcionados ao combate à pandemia estão mostrando seus resultados, de modo que o número de casos, internações e óbitos segue diminuindo dia após dia, enquanto o número de vacinados apenas sobe.
Esse esforço coletivo da comunidade médica, científica e acadêmica foi diretamente responsável pelo retorno à normalidade que estamos vendo agora, de modo que universidades já voltaram às suas aulas presenciais.
Com isso, a retomada de projetos em escala nacional e o investimento na área da ciência tendem a ser cada vez maiores, mediante a estabilização do quadro sanitário e econômico do Brasil.